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Política & Poder

Itália diz desconhecer paradeiro de Zambelli e que Bolsonaro não tem cidadania do país

Zambelli chegou ao aeroporto Fiumicino, em Roma, no dia 5, em voo dos EUA. Ela ou pelo controle de aporte com o documento italiano, por possuir a dupla cidadania. Desde então, sua localização é desconhecida

Redação Jornal de Brasília

13/06/2025 8h16

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Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

MICHELE OLIVEIRA
MILÃO, ITÁLIA (FOLHAPRESS)

O caso da deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi debatido nesta sexta-feira (13) no Parlamento da Itália.

Por iniciativa de um deputado da oposição, o governo foi questionado na Câmara sobre a permanência da brasileira em território italiano, depois de ela ter fugido do Brasil para escapar do cumprimento da pena de dez anos de prisão imposta pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Zambelli chegou ao aeroporto Fiumicino, em Roma, no dia 5, em voo dos EUA. Ela ou pelo controle de aporte com o documento italiano, por possuir a dupla cidadania. Desde então, sua localização é desconhecida.

Em sua interpelação ao governo, o parlamentar Angelo Bonelli, do partido Verde e de Esquerda, perguntou por que Zambelli não foi presa pela polícia italiana ao entrar no país e como os ministérios de Relações Exteriores, do Interior e da Justiça pretendem responder ao pedido de extradição da deputada feito pelo Brasil.

Segundo a subsecretária do Interior, Wanda Ferro, Zambelli desembarcou por volta das 11h40 no horário local e seu nome não constava dos bancos de dados de forças policiais italianas e internacionais.

Isso porque o pedido de prisão para fins de extradição, difundindo pela Interpol a pedido do Brasil, teria sido publicado às 16h24, cerca de cinco horas após a entrada dela no país.

“O intervalo de tempo entre a chegada da senhora Zambelli e a difusão da notificação da Interpol não permitiu às autoridades policiais de fronteira italianas de proceder com a prisão, já que, no ato de controle, ela resultava sem antecedentes policiais no território”, afirmou Ferro, no plenário da Câmara.

Ela é filiada ao partido Irmãos de Itália, fundado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, de ultradireita.

“As investigações policiais até agora realizadas, e em andamento, não consentiram até o momento de confirmar sua localização”, disse a vice-ministra, que afirmou que forças policiais estão em contato com autoridades brasileiras.

Ferro não comentou sobre o pedido de extradição, que foi entregue nesta quinta (12) ao Ministério de Relações Exteriores pela Embaixada do Brasil em Roma.

Outro questionamento do deputado Bonelli foi se o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos teriam obtido a cidadania italiana por serem descendentes de italianos.

Segundo Ferro, citando o Ministério das Relações Exteriores, “não foi recebido nenhum pedido de reconhecimento de cidadania italiana” da parte do ex-presidente.

Já os filhos Flavio, Eduardo e Carlos obtiveram a cidadania italiana, por meio de pedido junto à Embaixada italiana no Brasil. Os dois primeiros conseguiram o documento que dá o ao aporte italiano em 2023, enquanto Carlos obteve o seu no ano ado.

Em sua réplica, Bonelli criticou a resposta e acusou o governo de estar dando cobertura a Zambelli. “O governo e o Ministério do Interior sabiam que a foragida Zambelli estava chegando à Itália e não ativaram medidas de monitoramento e vigilância”, afirmou.

“São vocês que estão dando cobertura a essa senhora. Todos sabem das conexões políticas entre a Liga [partido do vice-premiê Matteo Salvini, de ultradireita] e o partido de Jair Bolsonaro”, disse o deputado.

“Meloni está assumindo uma responsabilidade política e diplomática impressionante. A Itália não pode se tornar o paraíso de foragidos, golpistas e criminosos.”

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