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Política & Poder

Conheça perfil, acusação e defesa do general Braga Netto, que depõe no STF

Além de ministro, Braga Netto foi o vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial de 2022. Ele é o único dos acusados do primeiro núcleo que está preso preventivamente pelo envolvimento na tentativa de golpe de Estado

Redação Jornal de Brasília

10/06/2025 18h51

braga netto

Foto: Isac Nóbrega/PR

JOÃO PEDRO ABDO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Último dos oito réus do núcleo crucial da trama golpista a depor, o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, é ouvido por videoconferência pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).

Além de ministro, Braga Netto foi o vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial de 2022. Ele é o único dos acusados do primeiro núcleo que está preso preventivamente pelo envolvimento na tentativa de golpe de Estado.

PERFIL

Walter Braga Netto, 68, é general da reserva do Exército brasileiro. É formando pela Aman (Academia Militar das Agulhas Negras). No governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), foi interventor federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro.

Após a intervenção, tornou-se chefe do Estado-Maior do Exército, segundo posto mais importante na hierarquia da Força. Foi ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro entre fevereiro de 2020 e março de 2021, quando assumiu o Ministério da Defesa.

A mudança de pasta se deu após a demissão do general Fernando Azevedo por Bolsonaro, que estava insatisfeito com o afastamento entre a caserna e o governo. A saída de Azevedo culminou na renúncia conjunta dos três comandantes das Forças Armadas pela primeira vez na história.

PRISÃO

O general está preso preventivamente desde 14 de dezembro de 2024 por determinação do ministro Alexandre de Moraes após pedido da Polícia Federal e aval da PGR (Procuradoria-geral da República). Segundo a Procuradoria, Braga Netto tentou interferir nas investigações.

O tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração premiada, afirmou em depoimento que o ex-ministro da Defesa procurou seu pai, o general Mauro Lourena Cid, para pedir detalhes do que ele havia falado na delação.

Braga Netto é o primeiro general de quatro estrelas preso na história do Exército brasileiro, segundo a própria instituição.

ACUSAÇÃO

Assim como os outros réus do núcleo crucial, o general é acusado crimes de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Na denúncia, a PGR aponta Braga Netto como líder, ao lado de Bolsonaro, da organização criminosa. A PF afirma que ocorreu em sua casa uma reunião em que teria sido discutido o plano de matar Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e Moraes.

Em seu interrogatório, Cid reafirmou que recebeu de Braga Netto uma caixa de vinho cheia de dinheiro vivo para entregar ao tenente-coronel Rafael de Oliveira, acusado de liderar o grupo que planejava matar Moraes.

DEFESA

A defesa do general, comandada pelo advogado José Luis Oliveira Lima, tenta questionar a validade da colaboração de Cid e afirma que a denúncia não apresenta provas que corroborem a delação.

As afirmações da PGR são classificadas como “meras suposições”. Além disso, a defesa diz que o delator teria sido coagido, mudando repetidas vezes duas declarações, “extraídas a fórceps”.

Em maio deste ano, Moraes negou pela segunda vez o fim da prisão preventiva de Braga Netto. Na ocasião, o advogado do general afirmou que ele havia se transformado em um “bode expiatório”. O ministro do STF também negou o pedido da defesa para não transmitir o interrogatório do general.

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