Por Renata Bueno*
Na última sexta-feira, 20, o Parlamento italiano aprovou uma alteração à lei orçamentária que estabelece uma taxa de 600 euros por pessoa para solicitar a cidadania italiana pelo jus sanguinis.
Essa decisão impactará profundamente muitos descendentes de italianos, especialmente milhares de brasileiros que sonham em ter seu direito de cidadania reconhecido.
Desde o início, lutei intensamente para evitar a implementação dessa taxa.
Acredito firmemente que o reconhecimento da cidadania italiana não pode depender da condição econômica de uma pessoa, mas deve permanecer ível a todos que têm esse direito.
Essa medida penaliza, de forma desproporcional, os descendentes que vivem em países com renda média significativamente inferior à da Itália, transformando um direito legítimo em um privilégio a poucos.
Não podemos esquecer que o reconhecimento da cidadania italiana vai muito além do benefício individual. É uma oportunidade de fortalecer laços culturais e trazer benefícios também para a própria Itália, incentivando o retorno de descendentes que podem contribuir para o mercado de trabalho e a economia do país. Infelizmente, com uma taxa tão elevada, corremos o risco de excluir muitas pessoas, frustrando o propósito original de atrair jovens e talentos para a Itália.
Quero reforçar a todos os descendentes de italianos que não vou desistir. Meu compromisso é continuar buscando soluções e pressionando para que esse direito seja respeitado. Essa taxa levanta não apenas questões de justiça, mas também de aplicabilidade prática, especialmente em países como o Brasil, onde milhares de famílias dependem do jus sanguinis.
Não descansarei até encontrar uma alternativa mais justa e equilibrada para todos. Esse é o meu compromisso com vocês e com a luta por uma cidadania italiana que seja ível e respeitosa com todos os descendentes.
