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Juiz dos EUA determina que ex-aluno de Columbia pró-Palestina deve ser solto

A decisão, no entanto, não resultará em sua libertação imediata

Redação Jornal de Brasília

11/06/2025 19h34

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Pessoas seguram cartazes ao chegarem para um protesto em apoio ao ativista estudantil da Universidade de Columbia, Mahmoud Khalil, durante uma audiência, do lado de fora do tribunal em Newark, Nova Jersey, em 28 de março de 2025. (Foto de kena betancur / AFP)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um juiz federal dos Estados Unidos decidiu nesta quarta-feira (11) que o governo de Donald Trump não pode usar os interesses de política externa como justificativa para manter detido Mahmoud Khalil, ex-aluno da Universidade Columbia que participou de protestos contra Israel e a guerra na Faixa de Gaza.

A decisão, no entanto, não resultará em sua libertação imediata. O juiz Michael Farbiarz, da Corte Distrital de Newark, em Nova Jersey, determinou que a ordem só entrará em vigor na próxima sexta-feira (13), às 9h30 no horário local (10h30 em Brasília), para que o governo Trump tenha tempo hábil de recorrer.

Khalil, 30, está preso desde 8 de março e teve o green card revogado pelo Departamento de Estado com base em uma cláusula pouco utilizada da lei de imigração dos EUA. Essa norma permite ao secretário de Estado pedir a deportação de qualquer estrangeiro cuja permanência no país seja considerada contrária aos interesses da política externa de Washington.

Segundo o juiz Farbiarz, o governo está violando o direito de liberdade de expressão de Khalil ao aplicar a regra para justificá-lo como ameaça diplomática. “A carreira e a reputação do requerente estão sendo prejudicadas. A sua liberdade de expressão está sendo restringida”, escreveu ele. “Isso resulta em danos irreparáveis.”

Na decisão, o juiz também proibiu o governo de deportar Khalil com base na justificativa de ameaça à política externa.

Procurados pela agência de notícias Reuters, o Departamento de Estado e o Departamento de Justiça não tinham se manifestado até a noite desta quarta. Os advogados de Khalil também não se pronunciaram.

Khalil foi preso por agentes de imigração na residência estudantil onde morava, em Nova York, e enviado no mesmo dia para um centro de detenção no estado da Louisiana, a milhares de quilômetros de distância da cidade onde mora e de seus advogados e esposa.

Trump prometeu deportar ativistas pró-palestinos que participaram de protestos em campi universitários americanos contra a guerra de Israel em Gaza. Segundo o republicano, muitos dos manifestantes são antissemitas e apoiam grupos terroristas.

Manifestantes pró-Palestina dizem que suas críticas às ações israelenses em Gaza são erroneamente confundidas com antissemitismo. Numa carta divulgada em março, Khalil diz ser um prisioneiro político e afirma que sua detenção é um indicativo de “racismo antipalestino”.

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