MARIANNA HOLANDA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
A oposição ao governo Lula (PT) fez um protesto contra o ministro Fernando Haddad (Fazenda) no plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (11) com cartazes, algo proibido na gestão do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB).
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), subiu à tribuna com deputados para criticar a participação do ministro em comissão da Casa nesta quarta. O parlamentar xingou o ministro e pediu sua demissão, chamando-o de “Taxad”, apelido referente a taxações.
“O ministro ‘Taxad’ e o atual descondenado presidente da República já aumentaram neste curto período de governo 24 novos tributos e impostos. E eu faço questão de ler um a um”, disse Sóstenes. Neste momento, o deputado começou a ler cartazes até aumento de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Ao final, deixaram a tribuna com gritos de “Deus nos livre do Taxad”.
Neste momento, o plenário era presidido pelo vice-presidente da Casa, Altineu Côrtes (PL-RJ), correligionário de Sóstenes.
Motta publicou um ato em fevereiro proibindo cartazes e outros itens no plenário e nas comissões da Casa.
A determinação ocorreu após confusão no plenário em fevereiro, quando uma sessão foi interrompida por briga de cartazes e gritos da oposição e da base. De um lado, cartazes “Sem anistia”, de outro, “Anistia já”.
Na ocasião, Motta disse que não era frouxo e que seria mais combativo que seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL).
“É vedado o porte de cartazes, banners, panfletos e afins no Plenário Ulysses Guimarães e nos Plenários das Comissões”, diz o artigo primeiro do ato.
O texto da iniciativa não especifica quais outros itens poderiam ser vetados. A medida ocorre na esteira de outros embates e polêmica envolvendo itens fora da vestimenta tradicional ou dos discursos. Após a própria eleição de Motta, deputados fizeram uma “guerra de bonés” na Casa.
Além disso, também já ocorreram polêmicas como a do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que utilizou uma peruca no Dia da Mulher e foi acusado de transfobia por seu discurso, em 2023.
Na justificativa, Motta mencionou que “a utilização de cartazes e afins nos recintos dos Plenários prejudicam o bom andamento dos trabalhos legislativos, transformando o debate de ideias relevantes ao país que se espera que aconteça nas tribunas em discussões muitas vezes infrutíferas e ofensivas”.