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Notícia Animal

Caramujo africano: entenda os riscos e como combater a praga

A limpeza e descarte corretos dos caramujos é essencial para a saúde

Alexya Lemos

10/06/2025 12h04

caramujo africano

Foto: Divulgação

Por trás de uma aparência inofensiva, o caramujo africano esconde sérios riscos à saúde pública e ao meio ambiente. No Sol Nascente, a dona de casa Ana Paula da Silva, 43 anos, teve que abandonar a horta de coentro e cebolinha após a infestação do molusco invasor. “Recolhi mais de 50 em uma única limpeza. Eles destroem tudo”, relata. Segundo ela, os problemas se intensificam no período chuvoso.

A preocupação é legítima. A praga, de nome Achatina fulica, conhecido popularmente como caramujo africano, é uma espécie exótica e invasora no Brasil desde os anos 1980, quando foi trazido ilegalmente como substituto ao escargot. Desde então, se espalhou por quase todos os estados.

Capaz de se reproduzir com facilidade, o animal coloca até 200 ovos por postura, mais de uma vez ao ano. Os ovos, branco-amarelados e semelhantes a sementes de mamão, são depositados parcialmente enterrados no solo. O ciclo de vida do caramujo pode chegar a 6 anos, tempo suficiente para ampliar infestações se não houver controle adequado.

caramujo coleta
Foto: Divulgação

Perigo invisível

Mais do que incômodo, o molusco representa risco à saúde. Quando contaminado por parasitas, pode transmitir doenças como meningite eosinofílica e enterite eosinofílica. A infecção ocorre pela ingestão acidental de larvas de vermes presentes em hortaliças contaminadas com o muco do animal.

A orientação é clara: frutas, verduras e legumes devem ser higienizados com uma colher de sopa de água sanitária para cada litro de água, com imersão por 30 minutos antes do consumo e depois devem ser enxaguados.

Como agir ao encontrar caramujos

O controle pode ser feito pelo próprio morador, desde que com uso de luvas ou sacos plásticos para evitar contato direto com o muco. A Vigilância Ambiental do Distrito Federal (Dival) deve ser acionada pelo telefone (61) 3449-4427 ou pelo Disque-Saúde 160, para identificação da espécie e orientação sobre o manejo.

descarte correto
Foto: Divulgação

Segundo o biólogo Israel Martins, da Dival, o descarte correto envolve a coleta dos caramujos e ovos, quebra das conchas (para evitar acúmulo de água e criadouros do mosquito da dengue) e imersão do material em solução com 1 litro de cloro e 3 litros de água por 24 horas. O resíduo pode ser descartado em saco resistente ou enterrado em valas de pelo menos 80 cm, revestidas com cal virgem, longe de poços ou lençóis freáticos.

“Além disso, é fundamental manter o quintal limpo, sem entulhos, vegetação alta ou objetos que possam servir de abrigo”, alerta o agente de vigilância ambiental Rogério Alves de Andrades.

Como identificar a espécie invasora

O caramujo africano pode chegar a 15 cm de comprimento, tem coloração marrom-escura, traseira da concha pontuda e abertura afiada, ao contrário do caramujo nativo brasileiro (do gênero Megalobulimus), que possui concha mais espessa e arredondada.

caramujo difs
Foto: Divulgação

O controle da infestação depende do envolvimento da comunidade. A orientação é clara: ao identificar caramujos ou ovos, entre em contato com a Vigilância Ambiental e adote os procedimentos indicados. O combate é coletivo e contínuo.

Caso encontre algum caramujo, entre em contato com a Vigilância Ambiental do DF: (61) 3449-4427 ou pelo Disque-Saúde 160.

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