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Brasília

Operação Coringa: MPDFT investiga esquema de corrupção na Novacap

A ofensiva mira um sofisticado esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de cartel envolvendo servidores da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e empresas contratadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF)

João Victor Rodrigues

12/06/2025 9h02

Foto: Divulgação/Gaeco

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou nesta quinta-feira (12/6) a fase ostensiva da Operação Coringa, uma das maiores investigações recentes conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Ao todo, foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e no estado do Piauí. Entre os alvos estão pessoas físicas, empresas privadas, a sede da própria Novacap e um supermercado ligado à família do principal investigado, Francisco José da Costa, conhecido como “Chiquinho”, ex-diretor financeiro da companhia.

Segundo o MPDFT, o grupo atuou entre 2021 e 2022 para beneficiar empresas parceiras em contratos públicos, mediante o pagamento de propina estimada em 2% do valor total dos rees. As investigações revelam que Chiquinho comandava o esquema, acelerando liberações de recursos públicos a construtoras em troca de vantagens indevidas.

O Ministério Público ainda identificou indícios da existência de um cartel. Empresas que se apresentavam como concorrentes em processos licitatórios atuavam de maneira coordenada para manipular resultados, revezando contratos e mantendo o pagamento de propinas.

Essas empresas receberam juntas R$ 316 milhões em contratos públicos em dois anos, sendo R$ 112 milhões liberados diretamente com a atuação de Francisco José. Estima-se que ele tenha lucrado ao menos R$ 2,2 milhões em propinas.

As irmãs do ex-diretor, Emilene Ferreira da Costa e Maria Emília Neta do Nascimento, movimentaram juntas ao menos R$ 935 mil oriundos de recursos ilícitos. Também estão entre os investigados os servidores Renato Sousa Santanna, Eliane Bonifácio de Moraes Soares, Sosthenes Oliveira da Paz e Aurélio Rodrigues de Castro.

Além dos mandados de busca, a Justiça determinou o afastamento de Chiquinho do serviço público, o bloqueio de bens móveis e imóveis dos investigados, o congelamento de cerca de R$ 1 milhão em contas bancárias e o sequestro de uma aeronave e uma embarcação.

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