O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), anunciou o afastamento imediato de servidores da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) investigados por suspeita de participação em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de cartel. A declaração foi dada nesta quinta-feira (12), ao portal GPS|Brasília. “Não compactuo com corrupção”, enfatizou o governador, destacando que a decisão foi tomada assim que tomou conhecimento das denúncias.
O MPDFT aponta que o grupo utilizava contas bancárias de familiares para lavar o dinheiro obtido ilegalmente. Cada servidor envolvido desempenhava uma função específica, desde a liberação dos pagamentos até a distribuição dos valores ilícitos. As construtoras, que deveriam concorrer entre si em licitações públicas, atuavam em conluio, configurando um possível cartel.
A operação, coordenada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), cumpre 30 mandados judiciais no DF e no Piauí. O foco são servidores públicos, empresários, empresas de engenharia, além da própria Novacap e um supermercado. Segundo as investigações, os envolvidos teriam facilitado o pagamento de contratos em troca de propina — aproximadamente 2% do valor de cada contrato. O montante movimentado pelas empresas investigadas ultraa R$ 110 milhões.
Entre os alvos, está um servidor da Novacap que já havia sido denunciado em 2024 por corrupção e organização criminosa. Apesar das acusações anteriores, ele permaneceu no cargo até este ano, o que teria possibilitado a continuidade dos delitos. A Justiça determinou seu afastamento imediato, além do bloqueio de bens como imóveis, veículos, cerca de R$ 1 milhão em contas bancárias, uma aeronave e uma embarcação.
A Novacap confirmou, por meio de nota, que foi alvo da operação. Foram apreendidos cinco computadores, documentos e um pen-drive no setor financeiro da empresa. A companhia informou que a investigação corre sob sigilo e que está colaborando com as autoridades, fornecendo todas as informações solicitadas.
As investigações seguem em andamento sob a coordenação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A apuração busca identificar a extensão do esquema, o envolvimento de outros agentes públicos e possíveis prejuízos aos cofres públicos.