A primeira escalação de Carlo Ancelotti à frente da Seleção Brasileira tem uma novidade nova e uma novidade velha. A nova: Estevão, joia do Palmeiras, de apenas 17 anos, que pode fazer sua estreia como titular. A velha: Casemiro, 32, veterano dos tempos de Real Madrid, que ressurge no time após ficar de fora das últimas convocações.
Foi com essa mistura de juventude e saudade que Ancelotti comandou, nesta terça-feira (3), o primeiro trabalho tático no CT do Corinthians, em São Paulo. O técnico italiano desenhou o esboço do time que deve enfrentar o Equador na quinta-feira (5), pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
O sistema tático ensaiado foi um 4-3-3 com triângulo invertido no meio, que se fecha em um 4-4-2 sem a bola — marca registrada de Ancelotti em clubes como Real Madrid e Napoli. A formação titular testada teve: Alisson; Vanderson, Marquinhos, Alexsandro e Alex Sandro; Casemiro, Bruno Guimarães e Gerson; Estêvão, Richarlison e Vini Jr.
Casemiro: ainda serve
A volta de Casemiro chama atenção. O volante, que perdeu espaço no Manchester United e não vinha sendo convocado, é um dos homens de confiança de Ancelotti desde os tempos de Madrid. O treinador bancou seu retorno — talvez por falta de concorrência à altura, talvez por nostalgia. O fato é que, mesmo em baixa na Europa, Casemiro ainda representa uma âncora de estabilidade num meio-campo que carece de líderes.
Estevão: aposta ousada
Do outro lado do campo, Estevão aparece como um sopro de renovação. O jovem atacante, destaque do Palmeiras, pode fazer sua estreia como titular — um salto e tanto para quem ainda nem completou 18 anos.
Faltam peças no quebra-cabeça
Apesar da empolgação com as primeiras movimentações, a Seleção ainda não está completa. Raphinha (suspenso), Rodrygo (machucado), Militão (em recuperação) e Neymar (fora de combate há meses) são baixas significativas. Em condições normais, todos seriam titulares.
Mesmo assim, o esboço apresentado não foge muito do que Dorival Júnior e Fernando Diniz vinham tentando. Ancelotti, por ora, evita fórmulas mirabolantes. Trabalha com o que tem — e com o que falta.
A missão começa agora
Com 48 seleções na próxima Copa do Mundo, a classificação do Brasil pode se confirmar até nesta data Fica (dependendo de outros resultados). Mas isso não significa que o trabalho de Ancelotti será fácil. O desafio está em transformar um grupo ainda instável em um time confiável — taticamente sólido e psicologicamente pronto para voltar a ser protagonista.
Se vai dar certo? É cedo para dizer. Mas o primeiro esboço já deixa claro que o técnico italiano não veio para revolucionar de cara — mas sim para construir, aos poucos, com doses de experiência e de aposta. Com uma novidade nova, uma novidade velha… e o resto que der pra encaixar.