O julgamento de Lucas Paquetá por suposta manipulação de cartões amarelos foi concluído, mas o meia brasileiro do West Ham terá que esperar entre quatro e oito semanas para conhecer o veredito. A informação é do jornal inglês The Guardian, que acompanha de perto o caso.
Acusado pela Federação Inglesa de Futebol (FA) de quatro infrações graves — por supostamente forçar cartões amarelos para beneficiar apostas — e outras duas por não ter cooperado plenamente com a investigação, Paquetá pode ser banido do futebol pelo resto da vida, caso seja considerado culpado.
O que está em jogo
A investigação começou há quase dois anos, em 2023, após a FA detectar padrões suspeitos de apostas em quatro jogos do Campeonato Inglês nos quais Paquetá foi advertido. O caso custou ao jogador uma transferência de £80 milhões para o Manchester City, que já estava encaminhada na época.
A denúncia formal da FA só foi apresentada em maio de 2024, após uma investigação que durou dez meses. O processo disciplinar, no entanto, foi marcado por uma série de atrasos. A audiência começou em março deste ano, mas foi interrompida após três semanas porque os advogados das partes tinham compromissos em outros casos. Os trabalhos foram retomados apenas no mês ado.
Clima de incerteza no West Ham
O West Ham, atual clube do jogador, está incomodado com a demora. A indefinição deve atravessar mais uma janela de transferências, gerando incertezas para o técnico Graham Potter, que ainda não sabe se poderá contar com Paquetá na próxima temporada.
Apesar das acusações, o clube londrino mantém seu apoio ao atleta. Fontes ligadas ao processo afirmam que a defesa apresentou argumentos fortes e que a audiência foi positiva para o jogador. Ainda assim, há apreensão com o critério usado pela comissão julgadora, que pode declarar culpabilidade com base no “equilíbrio de probabilidades”, e não pela exigência criminal de “além de qualquer dúvida razoável”.

As acusações
Segundo a FA, Paquetá teria buscado de forma deliberada receber cartões amarelos em campo com o objetivo de beneficiar financeiramente pessoas ligadas a ele no Brasil, por meio de apostas esportivas.
A acusação alega que ele “intencionalmente tentou influenciar partidas com o propósito indevido de afetar o mercado de apostas, permitindo que uma ou mais pessoas obtivessem lucro”. Se for condenado, a própria FA já sugeriu que a punição pode ser a suspensão vitalícia.
A defesa do jogador
Desde o início do caso, Lucas Paquetá tem negado qualquer irregularidade. Em sua única manifestação pública sobre o assunto, ele declarou:
“Fiquei extremamente surpreso e chateado com a decisão da FA de me acusar. Durante nove meses, cooperei com todos os os da investigação e forneci todas as informações possíveis. Nego todas as acusações e vou lutar com todas as forças para limpar meu nome.”
Agora, resta aguardar a decisão da comissão disciplinar independente que analisa o caso. Até lá, Paquetá, West Ham e até a Seleção Brasileira vivem a angústia da incerteza.