Dois partidos que até há pouco nem existiam na capital preparam uma nova federação. Já está marcada para 11 de junho, em cerimônia no Salão Verde do Congresso Nacional, a federação entre o SD, Solidariedade e o PRD, que vem a ser Partido da Renovação Democrática.

O Solidariedade conta com uma personagem da política brasiliense, o recém-filiado Jose Antonio Reguffe, e o PRD apenas com um distrital, Rogério Morro da Cruz, que tem reduto eleitoral em São Sebastião.

O Solidariedade foi fundado pelo sindicalista Paulinho da Força, que hoje detém uma de suas cinco cadeiras de deputado federal.
O PRD ainda não completou seu segundo aniversário. Foi construído a partir dos escombros de uma legenda que já foi extremamente importante, o Partido Trabalhista Brasileiro, PTB, que na eleição ada não conseguiu atingir o quociente eleitoral.


Também conta com cinco deputados federais, das quais a mais conhecida é Magda Moffatto, eleita por Goiás, com núcleo eleitoral em Caldas Novas. Hoje, as duas legendas formam um bloco com o Avante, que já se chamou PTdoB, mas não é – ao menos por enquanto – mencionado como parte da federação por ter como líder o deputado André Janones, que no ado se intitulou líder da greve de caminhoneiros, mas hoje é presença frequente nas redes sociais de Lula.
Tensão interna

A relação entre PRD e Solidariedade no Distrito Federal a por momentos de tensão às vésperas da formalização da nova federação partidária. A nova federação promete redesenhar o cenário político local, especialmente com o retorno do ex-senador Reguffe, que surge novamente como pré-candidato a deputado federal.
O grupo projeta metas ousadas: eleger dois deputados federais, atingir a marca de 300 mil votos e conquistar três cadeiras na Câmara Legislativa do DF. Também está no radar a disputa pela vaga de vice-governador em 2026, estratégia que se apoia no tempo de TV e nos recursos assegurados pela união entre os partidos.
Para garantir solidez, as novas filiações arão por uma triagem rigorosa, sob a análise de um conselho político interno.
Questão de protagonismo

No centro dessa movimentação está Lucas Kontoyanis, conhecido nos bastidores como o “Mago das Nominatas”. Ele é cotado para assumir o comando da federação no DF e se posiciona como peça-chave nas articulações para as próximas eleições.
Em tempo: o título de “mago” vem de sua habilidade para reunir mini-candidatos de expressão local para, com a soma de seus votos, obter cadeiras em colegiados. No entanto, o protagonismo de Kontoyanis tem gerado desconforto entre membros do Solidariedade.
A crítica principal gira em torno de seu estilo de liderança, considerado centralizador. Relatos apontam que ele costuma exigir controle sobre pelo menos 50% dos cargos e das decisões dos mandatos conquistados — o que, para muitos, o coloca como figura de influência excessiva sem respaldo direto das urnas. Hoje mesmo, Kontoyanis tem espaços no governo Ibaneis, como cargos em istrações regionais.