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Analice Nicolau
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Letícia Bragaglia revela estratégias por trás de campanhas eleitorais e bastidores da comunicação política de João Doria

Em entrevista ao podcast ‘Conversar’, a jornalista e especialista em comunicação política e corporativa Letícia Bragaglia compartilha bastidores sobre campanhas, crises o papel estratégico da comunicação política

Analice Nicolau

13/06/2025 11h00

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Letícia Bragaglia detalhou sua experiência ao longo de mais de 10 anos trabalhando com comunicação política.

A jornalista Letícia Bragaglia compartilhou bastidores marcantes de sua atuação na comunicação de campanhas e gestões públicas, destacando sua vivência ao lado do ex-governador João Doria. Ela atuou como coordenadora de imprensa na campanha de 2018, ao lado de sua sócia, Carolina Góes, que atuou como coordenadora de comunicação digital da campanha.

As duas são sócias da LC Estratégia e Comunicação, uma das empresas de gestão estratégica em comunicação mais conhecidas entre políticos e empresários do país. As jornalistas possuem um vasto currículo na coordenação de campanhas políticas vitoriosas, na liderança da comunicação de governos e na gestão da comunicação de empresas do setor privado. Elas participaram do episódio 75 do podcast Conversar, apresentado por Kaio Zanin, com foco no poder da comunicação na política e nos negócios.

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Letícia Bragaglia e Carolina Góes são sócias da LC Estratégia e Comunicação, que impulsiona empresas, governos e projetos no Brasil com soluções estratégicas em assessoria de imprensa, gestão de crise, comunicação e redes sociais.

Letícia Bragaglia e Carolina Góes estiveram diretamente envolvidas na construção da imagem do então candidato João Doria em 2018. Elas destacam o rigor com que os debates eram preparados, com treinamentos prévios e levantamento de informações sobre o candidato e os opositores, indicando que os embates públicos exigiam precisão e preparo estratégico. Elas também atuaram na comunicação do governo Doria, durante a pandemia. O trabalho envolveu a gestão de crises e estratégias de comunicação, coordenação da assessoria de imprensa e monitoramento de conversas nas redes.

Quando questionadas sobre os efeitos políticos da postura adotada por Doria na pandemia, Letícia afirma que o ex-governador de São Paulo pagou um preço muito caro pelo desgaste, porque ele estava defendendo a vacina e fez uma oposição ao governo federal, que tinha um grande poder de comunicação. “O João pode não ter virado presidente do Brasil, mas o papel que ele teve salvou milhões de vidas. Então, isso eu acho que é mais forte do que qualquer desgaste político.”, constatou.

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Letícia assumiu a liderança da comunicação na gestão pública de diversos cargos, bem como a preparação de candidatos para debates, discursos e divulgação de programas de governo.

Durante a conversa, a jornalista também destacou a importância da presença e do olhar feminino nas reuniões políticas, citando uma estratégia para captar o eleitorado feminino: “Metade do eleitorado desse país é mulher. […] Você quer convencer uma mulher a votar em você? Você cuida do filho dela.”

Ela ainda exlicou que, em campanhas políticas, até pequenos fatos podem mudar o rumo de uma eleição. “Uma eleição é uma guerra. […]. Você tem que cuidar até da família do candidato. O filho não pode ser pego fumando maconha. Então, o jogo sempre pode mudar”, apontou Letícia, mencionando fatos como a facada de Bolsonaro, a cadeirada em Marçal e o tiro na orelha de Trump como exemplos de situações repentinas que interferiram em disputas eleitorais.

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Carolina Góes destacou a importância e a evolução da comunicação digital nas campanhas e gestões públicas.

Ao falar sobre campanhas negativas contra adversários políticos, Letícia afirmou que conduz o trabalho com ética. De acordo com a jornalista, nestes casos, elas trazem à luz os fatos dos oponentes políticos, sem plantar mentiras: “Eu brinco, ninguém nunca deixa de ser jornalista. Porque corre um compromisso com a verdade na veia. Dinheiro não é tudo.”

Entre os nomes analisados por Carolina Góes no episódio está o do deputado federal Nikolas Ferreira. “O Nikolas falou o que os brasileiros estavam querendo ouvir. O mérito dele é que ele fala de uma forma simples, não fica naquele politiquês”. Para ela, isso faz com que as pessoas se sintam representadas na fala do deputado, impulsionando o engajamento e contribuindo para um bom desempenho nas redes sociais.

De acordo com as sócias, o trabalho por trás das campanhas eleitorais tem se tornado cada vez mais sofisticado, com grandes investimentos em comunicação, inteligência artificial para monitoramento e equipes experientes. Isso inclui também o treinamento de líderes e políticos para conversar de forma eficaz com a mídia, sendo evidente quando um político ou empresário consegue se expressar bem publicamente. “Media training é tão legal que as pessoas deviam fazer até para brigar com o marido, dar bronca no filho”, brincou Letícia, ao destacar a importância da capacitação para uma boa comunicação pública.

As declarações de Letícia Bragaglia e Carolina Góes ajudam a compreender os bastidores de decisões estratégicas que marcaram um dos períodos mais desafiadores da gestão pública paulista, além de evidenciar os impactos da comunicação política em tempos de crise. Em um panorama político marcado por polarizações, desgaste institucional e evolução digital constante, elas mostram que a comunicação é uma ferramenta estratégica central nas campanhas.

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