O cantor e compositor Diogo Nogueira lançou nesta quinta-feira, 5 de junho, o álbum SAGRADO, Vol. 2, projeto que dá sequência ao volume anterior, lançado no fim de 2023. Com sete faixas inéditas, o novo trabalho mergulha nas múltiplas formas de amor — entre pessoas, com a cidade, com a fé e com a vida — sempre embalado pelo samba e marcado por uma visão positiva e integradora das contradições brasileiras. O disco tem participação especial de Sandra de Sá e chega em sintonia com o Mês dos Namorados.

No nono álbum de inéditas da carreira, Diogo Nogueira percorre temas que transitam entre o cotidiano do subúrbio carioca e os laços afetivos, religiosos e culturais que unem o povo brasileiro. “Esse álbum fala de amor, mas não só entre duas pessoas. Fala do amor pelo lugar onde você mora, do subúrbio, do amor brincalhão, daquele que incomoda. É o sagrado e o profano que fazem as pessoas serem felizes”, afirma o sambista.
A música de abertura, Já Deu Tudo Certo, composta por Rafael Delgado e Robinho, costura temas como fé, pluralidade religiosa e a esperança cotidiana com leveza e otimismo. Diogo resume: “Essa canção fala de fé, amor e força, tudo que me move”.

Outro destaque é Ninguém Segura o Nosso Amor, samba envolvente com de Peu Cavalcante, Rodrigo Leite e Cauique, que exalta o amor sem pudor, barulhento e festeiro, como os bailes das antigas gafieiras. “É uma brincadeira maravilhosa sobre o amor feliz e brincalhão”, diz o cantor, revelando seu carinho especial pela faixa.
A única participação do álbum acontece em Coisas do Amor (Me Chama), que junta Diogo e Sandra de Sá em um balanço cheio de charme e suingue. A música, escrita com Rodrigo Leite e Claudemir, remete à atmosfera dos bailes suburbanos e homenageia Tim Maia, inspiração direta na criação. “Sandra se encaixou perfeitamente com o tipo de melodia que queríamos”, comenta Diogo.
Iluminou, de Gabi D´Paula, traz um samba sincopado, moderno e cheio de balanço, enquanto Como Eu Seria Sem Você, de Thiago da Serrinha, presta um tributo musical ao Rio de Janeiro, evocando bairros e escolas de samba como Madureira, Ipanema, Leblon e Mangueira.
A faixa Tela Quente brinca com a comparação entre o amor vivido e o amor fictício, dizendo que os verdadeiros protagonistas não estão nas telas, mas na vida real. Já o encerramento vem com Quem Dera, mais uma de Thiago da Serrinha, que mistura religiosidade, cotidiano suburbano e lirismo amoroso com uma metáfora certeira: o samba como oração para “sair do distúrbio e morar no subúrbio do teu coração”.
Com referências que vão de Arlindo Cruz a Tim Maia, e uma estética que une o lirismo da rua à devoção da fé popular, SAGRADO, Vol. 2 apresenta Diogo Nogueira em plena maturidade artística. O álbum transforma o amor em manifesto, o samba em liturgia e reafirma a tradição de que, no Brasil, reza e batuque caminham lado a lado.